sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Adoção Tardia

Olha, fazem alguns dias que venho pensando de que forma eu possa contribuir para aliviar o sofrimento das crianças maiores ou adolescentes institucionalizados, e a forma mais correta que encontrei de contribuir, foi falar abertamente do que presenciei e ouvi nestes últimos anos em visita a abrigos na qual fiz trabalho voluntário.Então vamos tentar entender porque as contas não fecham na lista de adoção?

A adoção Tardia (crianças maiores)




A adoção tardia é um assunto bem debatido nos últimos tempos, porém sobre o verdadeiro interesse em adotar estas crianças maiores, é o que se deixa muito a desejar, devido ao medo, preconceito e mitos gigantescos que a própria sociedade impõe.
Visitei e trabalhei voluntariamente por um bom período em abrigos, onde no mesmo local existiam bebês, crianças menores, adolescentes e crianças especiais e pude observar claramente que os adolescentes institucionalizados permanecem por um longo período nas instituições a espera de uma família!!! Muitos chegam perder a esperança de serem adotados, pois os menores vão indo embora e eles ficando até completar a maior idade.
Pessoal é muito triste olhar um adolescente do " portão para dentro",se é doloroso o nosso tempo de espera para nossa habilitação e adoção, imaginem como este tempo se processa na cabecinha deles, é quase infinito............
Temos o conhecimento que os processos de destituição, são complexos e demorados, e no entanto, a criança maior ,tem esta necessidade de um lar que lhe proporcione aconchego e segurança, mas que são os pretendentes que estão preparados para dar este amor incondicional? Estes menores estão vendo o tempo passar pela janela e o sonho de ter uma família fica cada vez mais distante.
Os abrigos tentam elaborar formas para contribuir para a minimização deste sofrimento, mas sabemos que por melhor que seja uma instituição ,nada substituirá um lar.
Alguns abrigos que conheci, hoje oferecem as repúblicas,que são locais onde após o adolescente esgotar as possibilidades adotivas e completar a maior idade,são capacitados para o mercado de trabalho, e vão morar nestes locais, tentando sobreviver agora com a responsabilidade de um adulto.
Mas a nossa realidade falando em termos de Brasil ,não é esta pessoal de finais felizes para quem não conseguiu ser adotado, a grande maioria de adolescentes ao completar a maior idade, vão conhecer a triste realidade sozinhos do "portão para fora", e daí o destino se encarrega!!!
Quando se fala em adoção tardia,falamos de milhares de crianças abrigadas que ficam anos, abandonados nos abrigos primeiramente pela família biológica e depois pela sociedade em geral.Com certeza a adoção tardia, precisa-se ter bem claro de que é mais complexa, mas não menos prazerosa,poderá ser mais "complicada", mas não impossível, pois quando esta criança maior se sente segura, sente o amor e a proteção da nova família, ela passa a retribuí-lo!!!!
Uma coisa que sempre observei também é a importância dos profissionais das instituições de acolhimento ao trabalharem os sentimentos desta criança maior e prepará-los para a nova família que os espera, a fim de que estes menores possam entender e aprender os caminhos que melhor se encaixam em suas " escolhas". todo este processo é um grande desafio para os profissionais envolvidos, é necessário essa preocupação e contribuição dos mesmos para a adoção tardia, pois caso contrário a criança mal trabalhada pedirá para voltar para o abrigo, como já vi vários casos !!! Não podemos também só responsabilizar os profissionais, pois é um conjunto de atitudes de todos responsáveis envolvidos neste processo que nos dará a certeza que a criança maior, ficará bem e o adotante também.
Se faz necessário abrir o coração, ter um novo olhar sobre estas crianças maiores, pois muitas neste exato momento estão clamando simplesmente por uma família que as aceite com elas chegaram!!! E cabe a nós pretendentes a adoção sabermos aceitar esta realidade e transformar esta dor em felicidade conjunta.
Não existe grandes diferenças em adotar um bebê ou uma criança maior, pois se soubermos explorar este universo adotivo, teremos muito o que aprender com eles e ensinar também, como sempre falo são cores ,gostos e sabores!!! 
Já falei por muitas vezes que realmente não gosto deste termo "adoção tardia", pois compreendo que nunca é tarde para recomeçar uma nova vida, e que não existe "caso perdido", pois o dia que desistirmos de uma criança, estaremos desistindo de nós  mesmos!
Que tal refazermos o cálculo, após este texto e tentar entender o porquê que os números não fecham na adoção?
Que este meu singelo texto, atinja a maior quantidade de pretendes que puder alcançar e que toque bem fundo lá na alma!!! 

Abraços fraternos, Fernanda Benitez.


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