quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Encontro, as Adoções e o Bendito Fruto

O Encontro...

Em dezembro de 1994 em um clube da minha cidade avistei aquela que seria minha esposa, uma linda mulher, e buscando saber dela, apenas soube que trabalhava em uma determinada empresa e que seu nome era Jocélia. Motivado por ela, não me contive, no dia seguinte liguei no RH e perguntei para a atendente se ela poderia me ajudar a encontrar esta moça pelo cadastro da empresa, pois era urgente, expliquei que estava encantado, e muito mais. Ela foi muito gentil, e começou a procurar, e não demorando me disse: achei um cadastro, acho que deve ser ela, vejo que ela é uma morena, lábios salientes e muito bonita, viu? Não tive dúvidas, é ela mesma! Perguntei se eu poderia enviar flores lá na empresa, ela disse que sim, sem problemas, informei o departamento que ela trabalhava, e mandei ver. Mandei-lhe flores todos os dias (anônimas), e no final de cada expediente eu passava em frente à empresa para conferir se ela havia recebido. A cada dia, a cena mais linda do mundo, sempre estava ela lá, abraçada a um buquê de rosas. Chegando sexta-feira no final de meu expediente, vindo em direção a minha casa (diga-se pai e mãe), avistei ela caminhando na rua com um buquê de flores, como ela teve uma indisposição, teve que vir para casa. Tremi como uma vara verde, mas parei o carro, e ofereci uma carona. Nem eu sabia disso, ela morava no mesmo bairro. Com as flores na mão, ela aceitou a carona, em um trajeto de 500 metros aproximadamente. Eu estava muito nervoso, não sabia o que dizer.
Para abrir conversa, fui direto. Hoje é seu aniversário? Ela: não. Na verdade, nem sei o que está acontecendo, mas tem uma pessoa que está me mandando flores desde segunda-feira, não faço a menor idéia. Penso que é alguém lá da empresa, já olhei pra todos os lados lá, mas não vi ninguém suspeito. Só sei que elas são lindas. Eu: concordo com você. Mas vou te falar uma coisa, vou ser direto, viu? Pode ser? Ela: pode.Eu: sou eu que estou lhe mandando, não me pergunte por que, apenas vi você lá no clube domingo passado, gostei e pronto. Qualquer coisa me desculpe. Ela: Nada disso, adorei. (terminou o trajeto da carona). E agora !Então, fui mais uma vez ousado e a convidei para ir jantar comigo naquela noite, como estava adoentada, ficou em dúvidas, mas acabou aceitando. Combinamos que eu iria buscá-las as 20:00hs. E, exatamente as 20:00 estava eu lá no portão da casa dela, todo bonitão, cheirosão,( nessas horas os homens são pontuais), e então fomos jantar, conforme combinado.Durante o jantar, neste primeiro dia, antes do primeiro beijo, antes de qualquer coisa, isso em menos de 02 horas de conversa já havíamos marcado a data do nosso noivado para fevereiro e casamento para o mês de maio. Posso dizer de carteirinha que existe amor à primeira vista. Engraçado que no início desta conversa ela dizia que em alguns dias mudaria de Jaraguá do Sul para São Paulo. Então, nem sei por que, eu pedi a ela: Não vá, fique por aqui, podemos constituir nossa família aqui mesmo, nesta cidade. Acho que isso já foi o suficiente para ela aceitar, a acreditar e recomeçar sua vida ao meu lado. Naquele momento, para nós, essa futura família vinha somada de filhos, de preferência um casal, com a menor diferença de idade possível. Em fevereiro aconteceu o noivado e poucos dias antes do casório no mês de maio, ela pediu o desligamento da empresa em que trabalhava, e a moça do RH no início da entrevista de desligamento comentou daquela ligação que eu havia feito. A Jô comentou com ela que o motivo de sua saída era exatamente comigo que ela estava casando no final de mês. Ela ficou de boca aberta, e feliz pela nossa loucura de acreditar no amor. O casamento então foi realizado no final do mês, tudo isso somado a muitas dificuldades financeiras, mesmo assim não tivemos medo de arriscar, decidindo começar toda a nossa vida construindo juntos. (a partir daí, por muitos anos pagamos aluguel, enfim..). Logo no início, no segundo mês tivemos uma gravidez, que dois dias após o exame, infelizmente ela teve um aborto espontâneo, e depois em exames detalhados, soube-se que ela tinha “endometriose”, o que dificultaria uma gravidez seguinte. Iniciamos os tratamentos, e lembro que foram inúmeras possibilidades durante um período de quase 06 anos. Pelos resultados negativos, houve um desgaste psicológico muito grande, então sugeri que ela fosse a uma psicóloga, o que ajudou muito, inclusive encaminhada para uma massoterapeuta. Dias após, nós dois conversando lado a lado na mesma janela do pequeno apartamento alugado,conversando sobre o assunto, ela comentou: Maro, hoje a dona Loni, durante a sessão falou uma coisa muito curiosa “ que existem mulheres que nascem para gerar filhos e cuidam destas crianças, existem outras mulheres que nascem para gerar filhos e não cuidam destas crianças, e também existem mulheres que nascem para não gerar filhos e estas mulheres tem o papel divino de cuidar destas crianças”, transformando estes filhos em seus próprios filhos.

Falando de Adoção...
Naquele mesmo momento, olhei bem nos olhos dela e questionei. Jô, você está falando em adoção? Ela: Sim. Eu: Concordo plenamente, só não sei como podemos fazer, acho que também é no fórum.Ela: Maro, mas quero te pedir apenas uma coisa, nunca me condene por não ter te dado um filho biológico, sangue do teu sangue. Eu: Jô, esqueca isso, pois para mim a vida é uma festa, e temos que fazer esta festa de acordo com as nossas possibilidades. Então, neste momento pactuamos o nascimento de nossos filhos em adoção, e sem nenhuma dúvida pela nova escolha, pelo futuro, ali mesmo fizemos o enterro dos nossos filhos biológicos idealizados. “Engraçado, desde que nos conhecemos, nunca havíamos falado em adoção, já tínhamos adoção na família, já tínhamos orientado uma mãe a entregar seu filho em adoção pelo fórum, e tudo mais...”

Adotando a Henrique...
Logo no dia seguinte fomos ao fórum, conversamos com a AS, ela nos recebeu carinhosamente, nos orientou, e assim providenciamos a documentação necessária já nos primeiros dias. Inicialmente apontamos para uma adoção de uma MENINA, até 06 meses de idade.E, no dia da entrega da documentação na distribuição do fórum, a noite, fui a nossa Igreja para orações com os catequistas, sendo eu catequista, pois naquele final de semana seguinte teríamos comunhão. Uma outra catequista, que eu não a conhecia, estava no sacrário fazendo orações, ao terminar, olhou para mim e apenas sorriu. Após as orações, ela veio e me questionou: Você é casado?Eu: Sim.Ela: Você tem filhos? Eu: Não. Ela: Tive uma revelação no sacrário, e tem um MENINO vindo aí para vocês. Na hora fiquei todo arrepiado e emocionado, como também agora em relembrar este momento. Quando cheguei em casa, compartilhei isso com minha esposa, foi outro momento muito lindo, choramos, nem sei ao certo porque, mas choramos juntos e muito.E, na seqüência do processo, nunca comentamos sobre isso com a AS, e mantivemos nossa linha de pensamento e desejo pela menina, conforme tínhamos traçado. Passados exatamente 09 meses do início do cadastro e daquele momento lá na igreja, recebi na empresa uma ligação (isso era dia dos namorados) da AS, dizendo: Maro, o seguinte: Nasceu no domingo um menino, negro, saudável, e se o casal quiser conhecê-lo, encontra-se no hospital. Nossa! De imediato veio em lembrança aquele momento da dona Alzira falando da revelação. Respondi para a AS, vou conversar com a Jô, e retorno depois. Liguei para a Jô, inicialmente ela não queria acreditar, inicialmente pensava que fosse alguma brincadeira minha. Ela ciente do que eu falava, combinamos de ir apenas conhecê-lo. Assim, retornei a ligação para a AS confirmando, enfim... De imediato fui buscar minha mulher no trabalho, e chegando lá, coincidentemente neste mesmo momento chegava um outro buquê de rosas que tinha encomendado pelo dia dos namorados. Lembro que o rapaz da floricultura, quando chegou e entregou as flores a ela (nem conto o que ela fez com as flores, apenas pegou na mão e colocou em um balcão do lado, não tava nem aí para as minhas flores, e ali ficou), ela queria saber do bebê. Combinou com sua chefia a saída naquele horário, e fomos correndo ao hospital, e lá fomos recebidos por uma outra AS, que nos acompanhou até a sala em que ele estava. Quando o vimos, sei lá o que se passou em nossas mentes. Eu olhava para a Jô, olhava para a criança, ela olhava para mim, olhava para a criança sem ninguém conseguir dizer sequer uma palavra. Enquanto isso, ele apertou bem forte com uma mão o meu dedo e com a outra o dedo da Jô. (tenho certeza que ele quis dizer alguma coisa). Foi tudo tão lindo! Demais! Saímos dali, sem resposta, sem saber o que pensar, para onde ir. Lembro que depois ficamos quase uma hora dentro do carro no estacionamento do hospital. Parecia que todo mundo que passava por aí, sabia. Fomos até a AS, e falamos exatamente isso, não sabemos o que dizer, o que fazer, estamos sem chão. A AS apenas pediu para a gente ir para casa, e dormir tranqüilo (deu uma risadinha irônica), que ficaria no aguardo de uma resposta nossa na manha seguinte. Saímos dali do fórum, e corremos pra cá, corremos pra lá, sem saber para onde ir direito, com quem falar, e alguns da família apenas diziam: Claro que sim.Chegando em casa de noite, tiramos todas as coisas que estavam guardadas para a nossa MENINA, colocamos na cama, e de repente a Jô me pergunta: Você tem certeza dele? Eu: Tenho. Ela: Também tenho. Sei que foi muito forte e emocionante, nos abraçamos como nunca e agradecemos a vida pelo presente que ela nos tava ofertando. Pegamos as coisinhas que não dariam para ele usar, e colocamos dentro de uma sacola, amarramos e naquele momento a nossa MENINA ficou para depois, então, resolvemos doar todas as coisas de menina. E como dormir naquela noite? Foi uma noite inteirinha acordado. (só sei que a AS nos deve ter mentido, dizendo vão para casa e durmam tranqüilos, impossível).No dia seguinte, pela manhã fomos correndo ao fórum, e a AS já estava nos esperando, ficou muito feliz pela nossa decisão, e dizia já saber disso, apenas não queria influenciar. Solicitou a guarda provisória, e então, dali fomos novamente direto ao hospital, enquanto que a Jô foi pegar algumas orientações eu fui dar uma mamadeira a ele, sentei-me na mesma sala junto das demais mulheres que amamentavam seus filhos. (inesquecível este momento). De novo, tivemos que ir sem ele para casa, pois a guarda provisória somente ficaria pronta no início da tarde. Fomos comprar algumas coisas, e conforme a AS tinha pedido, ficamos aguardamos em casa, aguardando sua ligação. Assim que ela ligou, fomos correndo ao fórum pegar o documento e dali direto ao hospital. Enfim, nosso filho estava nos nossos braços definitivamente. Tudo correu muito tranqüilo. E no primeiro momento em casa, enquanto a Jô lavava algumas coisas e eu passava outras, ele começou a chorar, e eu rapidamente disse: Calma neném, o TITIO já vai pegar. A Jô ao escutar isso, deu a maior gargalhada, dizendo: Titiu? Que titiu, agora é PAPAI. Naquele tempo ainda não tinha licença maternidade para as mães adotivas, mas o médico de minha esposa, que é pai adotivo, emitiu um atestado de maternidade para ela, a empresa aceitou, e assim ela pode ficar durante os 04 primeiros meses em casa com ele.O seu registro de nascimento ficou pronto em quatro meses, desde a sua chegada, por conta da adoção feita pelo cadastro. Hoje apenas podemos dizer que o nosso filho não poderia ser diferente deste que esta aí ! E, em adoção pelo cadastro, foi assim que chegou o nosso lindo, cheirosão e gostosão Henrique Custódio Mannes

Adotando a Isadora...
Como nossos desejos pela filha ainda não tinham encerrado, definimos logo nos dias seguinte fazer uma nova habilitação no fórum, que pela experiência, foi tudo tranqüilo. Mas, as coisas tomaram um caminho diferente, onde exatamente 09 meses após a habilitação, fomos viajar ao Paraná, em casa de familiares. Chegando à cidade de Reserva/PR , minha esposa estava na casa de uma amiga, que fez o seguinte comentário: Sabes a filha da dona Maria (fictício), que moram lá na baixada, pois é, ela tem duas filhas pequenas que já moram ali com a Vó, e agora teve uma outra MENINA que está com quatro meses. Pelo que ela comentou comigo vai dar, por que a sua mãe dona Maria não quer cuidar desta, e ela não quer. Neste momento, a Jô apenas comentou que temos essa vontade de adotar uma MENINA e estamos habilitados em SC para a adoção, sem demonstrar nenhum interesse. No dia seguinte fomos viajar para Guarapuava/PR na casa de seu irmão, que fica bem distante de onde estávamos. Chegando lá, nem deu meia hora depois, recebemos uma ligação desta amiga da minha esposa que estava na companhia da mãe biológica, que ao atender ela me questionava: Soube que vocês querem adotar uma menina, e eu tenho uma pequena de 04 meses que quero dar ( a Jô já havia comentado comigo sobre este assunto). No mesmo momento questionei: Por que você quer dar ela? Respondeu: Por que eu não quero mais, não tenho como ficar. E se vocês não quiserem, tem um casal que combinou de vir aqui buscar ela amanhã, somente estou oferecendo para vocês por que me falaram que vocês tem um menino adotado que é negro, e este casal que quer pegar ela já mandou vir alguém aqui para ver se ela não é negra, como ela não é, eles vão querer. Pedi para segurar alguns minutos, e combinei de retornar a ligação. Conversei com a Jô, e decidimos em se inteirar do assunto pessoalmente. Retornei a ligação e combinamos que iríamos retornar da viagem no dia seguinte para acertar tudo. (de novo, ficamos quase meio doido, pois o desejo por ela ficou muito grande, e naquele momento a possibilidade era maior ainda).Assim foi feito, retornamos de viagem no dia seguinte e chegando novamente em Reserva, já era quase no meio da tarde, e logo ela chegou sozinha conversar conosco na casa do meu sogro. Nesta conversa ela pediu 03 coisas, que nós nunca falássemos mal dela, que nós não mudássemos o nome, e que a cada mês fosse enviado uma foto para a madrinha dela ( uma senhora que cuidou dela a partir do oitavo mês de gestação). Explicamos que não temos motivos para falar mal dela, bem pelo contrário, que iríamos mudar o nome, e que não vamos mandar foto para a madrinha todos os meses, pois ninguém fica fotografando tanto assim, mas sempre que possível, levaríamos a menina para a madrinha ver (nestes 06 anos fizemos isso uma vez). Apenas concordou com tudo. Então pedimos que ela no dia seguinte fosse conosco ao fórum, lembro que na hora ela quase teve um treco, ficou morrendo de medo, mas acabou aceitando, depois de explicarmos que era necessário ela participar. Após tudo ajustado, fomos até a casa dela conhecer e buscar nossa pequena filha. Gente, que momento mais triste, pois chegando lá estavam as outras duas pequenas e a avó na casa. E agora, como separar elas? Como tirar esta pequena daquela casa? Mesmo que a nossa filha estivesse aí apenas 02 ou 03 dias. Eu olhava para a minha esposa, ela olhava para mim, e percebemos de novo que ficamos sem saber o que pensar, mesmo assim, pelo que já estava ajustado, entramos. A mãe biológica apenas disse: A menina ta ali dentro daquele carrinho, podem pegar, se quiser, pode levar o carrinho também. (naquele momento eu estava mais sensibilizado com a separação do que a emoção da chegada dela ou de pegar ela no colo). Fomos olhar a pequena no carrinho, que tristeza, estava toda machucada, debilitada, devia fazer uns 40 graus, e com certeza ela cozinhava dentro de um cobertor toda enrolada, enfim. Pegamos nossa filha no colo, e dissemos a elas que não iríamos levar nada, que poderiam dar as coisinhas para alguém.Neste momento, olhei para a cozinha e vi a Vó chorando muito, que de lá apenas comentou: Não me condenem, não posso cuidar dela e que vocês sejam muito felizes. E assim, fomos embora levando a nossa peque daquele jeito para casa. Chegando na casa do meu sogro, ao tirar a roupa para o primeiro banho, que tristeza, seu corpinho em algumas partes estava sem pele, muito machucada. Minha sogra, pela sua experiência, já começou a dar banho com ervas para refrescar, enfim. Enquanto isso, o Henrique que na época estava com 1,6 anos ficava atrás de nós reclamando que isso é meu, essa é minha (ele falava das fraldas, das roupas e da banheira). Enquanto elas banhavam a nossa filha, eu procurava explicar a ele, que este neném, agora é sua mana, e de hoje em diante, lá em casa somos em 04 pessoas, papai, mamãe, você e a mana.Na manha seguinte um momento inesquecível, enquanto a Jô foi preparar as 02 mamadeiras, e nisso eu olho para os dois, o Henrique sentou-se na cama ao lado dela e começou a passar a mão na cabeça dela dizendo: A mana, a mana, deu um beijo (momento mágico aquele). Neste mesmo dia fomos ao fórum e conversamos com o AS, que orientou que fosse feito um documento de autorização de viagem, e apenas isso foi necessário fazer. Outra coisa, e para nossa grande surpresa, no outro dia a Jô começou a ter muitas dores e sangramento, levamos imediatamente ao hospital, e ao receber consulta, foi diagnosticado que ela estava com uma gestação de 08 semanas nas trompas. A médica nos chamou e comentou que precisaria tirar o feto, mas precisaria saber se ela poderia extrair a trompa, pois teria dificuldade de fazer a cirurgia sem a extração, que foi autorizado de imediato, e segundo a médica a preocupação seria pela questão futura de gravidez, e comentamos de nossos filhos, que a nossa filha de 04 meses acabara de chegar. A intervenção ocorreu tudo bem, felizmente, e com uma internação de 05 dias, longe de casa, hospital quase à 110 km da casa do meu sogro, com duas crianças, a Jô internada. Graças a Deus, com o apoio da minha sogra e da minha irmã que estava lá junto, tudo se resolveu. A feridas da filha foram sanadas em questão de poucos dias.Alguns dias depois, a Jô já com alta, retornando para nossa cidade de Jaraguá do Sul/SC. Logo nos primeiros dias já fomos ao fórum, conversamos com a AS que nos orientou a contratar um advogado, para promover a adoção. Depois disso, apenas tivemos um contato direto com a mãe biológica, quando foi preciso de uma assinatura para uma procuração. O processo correu tranqüilo, e o juiz optou em publicar por chamada em edital, sem que houvesse necessidade de audiência e presença física de ambas as partes.Como já estava em lei a licença maternidade para as mães adotivas, a Jô também pode ficar durante os 04 primeiros meses em casa com ela.O seu registro de nascimento ficou pronto quase três anos desde a sua chegada, por conta da adoção feita ser consensual. Hoje apenas podemos dizer que a nossa filha não poderia ser diferente desta que está ai!. E, em adoção consensual, foi assim que chegou a nossa linda, maravilhosa e guerreira Isadora Custódio Mannes.

Bendito Fruto - Grupo de Apoio à Adoção...
Ingressar no Bendito Fruto – Grupo de Estudos e Apoio à Adoção no início foi um tanto engraçado e desafiador para mim, como eu apenas tinha boa vontade e nenhum conhecimento técnico às vezes ficava sem entender muitos dos objetivos. Lembro que quando a AS comentou comigo para participar eu nem fazia idéia qual seria o objetivo do grupo e nas primeiras reuniões normalmente entrava mudo e saia calado, principalmente quando se falava de CMDCA, ECA, ESTATUTO, enfim...pensava comigo, o que deve ser isso? Mas com a boa vontade, persistência, fui ingressando nos assuntos e entendendo dos objetivos e desta missão. Logo depois veio o ENAPA que foi realizado em Itajaí/SC, e participando deste encontro foi o suficiente para me apaixonar por toda a causa. Nossas reuniões no início eram um tanto pequenas, e muitas vezes desanimadoras, e em nossas avaliações sempre ficava aquele ponto de interrogação, será q isto vai vigorar? Será que as pessoas estão entendendo o nosso papel na sociedade? Mesmo assim, sempre a frente !!!!Como minha habilidade não estava na palavra, sempre deixando para quem tinha, e com isso eu acabei me encontrando no grupo ajudando no planejamento de nossos calendários, temas, encontros, das reuniões, inclusive fazendo o papel direto de relações pública.Uma das maiores realizações aconteceu no ano de 2003, assim que chegamos de Belo Horizonte, daquele ENAPA, já pensando em um encontro estadual, no início os demais colegas do grupo rejeitaram a idéia, dizendo que seria impossível. Lembro que eu e outra colega do grupo, fomos ousados e dissemos, isso dá para fazer sim, é necessário, alguém vai ter que começar, e quando é o primeiro, e não tem nada para se fazer comparação, os erros serão normais, o importante é começar. Então, foi assim que iniciou-se os encontros de adoção de SC. Tivemos neste primeiro encontro a ilustre presença de Fernando Freire/Terra dos Homens e Gabriela Shreiner/CECIF, e sobre os encontros estaduais no ano de 2008 já realizou-se a sua quinta edição. O prestígio da mídia nos assuntos relacionados à adoção sempre foram importantes, onde também já tive as minhas participações direta em matérias em jornais, rádios e TV. Pelo lado pessoal, eu e a Jô nunca tivemos qualquer receio de mostrar a nossa experiência em adoção, que foram por várias vezes. Pelo Bendito Fruto no ano passado, acho que tive a maior experiência e a mais forte de todas, foi no dia 25 de maio quando convidaram alguém do grupo para participar de um telejornal regional da RBS-TV ao VIVO que trataram do assunto “abandono de crianças”, e como naquela noite teríamos um evento em Jaraguá do Sul com o tema “mulheres que entregam seus filhos em adoção”, recebemos este convite. Como a coisa é rápida, não encontrei ninguém do grupo para falar, acabou sobrando para mim, e que nervoso! Com o apoio da minha amigona do grupo e assistente social quando nasceram os nossos filhos, falo de Denise, encorajei e fui. Felizmente deu tudo certo! Com certeza, foi uma experiência e tanto.Também no sentido de colaborar com o grupo, foi criado esta comunidade no orkut "Adoção, Bendito Fruto" que comparado a outras, ela é bem pequenininha, mas o importante é que ela está aí também para dar seu recado.Assim, por todas estas experiências, aprendizados, crescimento pessoal nesta caminhada ao lado do Bendito Fruto, só me sobra muita alegria de continuar e lutar pela causa da adoção, que sou um apaixonado e defensor enquanto puder e Deus quiser! No momento estou presidindo esta grande gestora que defende diretamente o Direito a Convivência Familiar da Criança e do Adolescente, como também a nossa maior causa, a adoção.

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