Relembrar o momento da chegada do Ugo, sempre me emociona.
É um novo e estranho sentimento que chega e estraçalha todas as suas convicções e certezas. A insegurança toma conta e o desespero assume uma dimensão incrível.
Ali estava ele, pequeno e imenso por sua força transformadora que me fez cega, muda e surta por alguns segundos... Será que vou conseguir? Ele será meu filho e ponto. Pensei.Saí dali com esta certeza, logo depois de alguns metros ele começou a chorar...a chorar...a chorar.... Cheguei na casa da minha mãe e ele chorando... Uma amiga que estava lá me esperando pegou aquela troxinha toda enroladinha e disse: Ele está com calor. Como assim...calor???. É, tenho certeza. Desenrolou e ele parou de chorar. Caramba , como não pensei nisso???
Não pensei porque o papel de mãe, a maternidade e maternagem, vão sendo construidos no dia-a-dia. São as experiências, as convivências e a intimidade na relação que nos fazem apropriarmos desta função de cuidar e proteger.
Hoje, sou capaz de num simples olhar, saber como eles, sim, são dois Ugo e Thainá, estão. Se precisam de algo ou se querem algo. Também sou capaz de experimentar soluções, porque sei que a minha intenção é baseada no amor e no crescimento desta relação e por isso, não tenho vergonha de pedir à eles que me ensinem a ser mãe.
Sou mãe com muito orgulho e prazer dos dois e sinto-me feliz e realizada com o crescimento deles. Portanto confirmo a minha frase, filho não sai da gente, ele entra cada dia um pouquinho. Ugo e Thainá, quero estar nas lembranças e no afeto de vocês com muita leveza e com muito carinho.
Um bjão com muitos eu-te-amo.
Soraya